Sistema Cantareira: Nível Mais Baixo em Dez Anos Acende Alerta

O Sistema Cantareira, principal fonte de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, atingiu o nível mais baixo de seus reservatórios nos últimos dez anos. A informação, divulgada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) diariamente em seu site, acende um sinal de alerta para a gestão hídrica da região.

Situação Atual dos Reservatórios

Segundo os dados mais recentes, na sexta-feira, dia 24, o sistema operava com apenas 24,2% do volume útil. Este percentual representa a quantidade de água disponível para transferência e abastecimento da Região Metropolitana.

Medidas de Enfrentamento

Diante da criticidade da situação, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou uma série de medidas para combater a estiagem. O Sistema Cantareira é crucial para a região, sendo o maior produtor de água, responsável por abastecer cerca de 46% da população da RMSP, utilizando 33 m³/s de água.

Composição do Sistema Cantareira

O sistema é composto por cinco reservatórios interligados por túneis e canais: Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro. A complexidade do sistema permite a gestão e distribuição da água de forma estratégica.

Histórico de Crise Hídrica

Em 2014 e 2015, o Sistema Cantareira enfrentou um período crítico de estiagem. As vazões afluentes foram significativamente menores do que a média histórica registrada desde 1930, inclusive abaixo do pior ano da série, 1953. Em 2014, o sistema recebeu apenas 23% da média histórica das afluências, e em 2015, 50%.

Diante da emergência, o uso da reserva técnica do sistema, conhecida como "volume morto", foi autorizado. Essa reserva, que soma cerca de 480 bilhões de litros de água, está localizada abaixo das estruturas de operação dos reservatórios e só pode ser acessada por bombeamento.

Gestão e Responsabilidades

A gestão do Sistema Cantareira é compartilhada entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE). Apesar de estar localizado em território paulista, o sistema recebe água de uma bacia hidrográfica de gestão federal.

Desmatamento e Impactos Ambientais

O esgotamento do Sistema Cantareira está relacionado, em parte, ao desmatamento. A região possui 93.932 hectares de remanescentes de vegetação nativa, o que corresponde a 35,5% do território, segundo dados do governo estadual.

A vegetação nativa atua como um "amortecedor climático", reduzindo a temperatura, purificando o ar e diminuindo o impacto das chuvas sobre o solo. A preservação florestal é crucial para a sustentabilidade hídrica e ambiental da região.